Associação Encontros na Eira

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«Música que nunca passa de moda» PDF Versão para impressão Enviar por E-mail
Segunda, 15 Março 2010 22:14

Encontros da Eira, com seis novos elementos, anunciam projectos

Para além da edição de um CD e um DVD, os Encontros da Eira planeiam a publicação de um novo livro, com o historial actualizado do grupo. A formação da Camacha, que, anteontem, apresentou, em concerto, os seus novos elementos, pretende dar continuidade ao projecto de recolha, preservação e divulgação da música tradicional da Madeira, mas sem nunca estagnar no tempo. Como refere Jorge de Sousa, presidente da ACEE, haverá um dia em que «será preciso reinventar a música tradicional» e, como tal, o grupo já está a trabalhar nesse sentido.

O responsável lembra que os Encontros da Eira fazem «um tipo de música que não está na moda, mas que também nunca passa de moda». Olhar — O espectáculo (dia 28), no auditório da RDP-M, deu a conhecer os seis novos elementos dos Encontros da Eiras. Quem são eles. Que instrumentos tocam? Jorge de Sousa — Ao longo dos anos tem passado por este grupo vários elementos, como acontece com qualquer outro projecto desta natureza, seja da Madeira ou do continente. Dou, como exemplo, a Brigada Vítor Jara, que, actualmente, não tem nenhum dos elementos da sua fundação.
Na Região, outros projectos culturais, tais como os Banda D’Além ou os Xarabanda, andam pela mesma pitola que os Encontros da Eira. Da nossa fundação, permanecem apenas dois elementos: eu e a Ana Sousa (esposa de Jorge de Sousa).
Saíram cinco e entraram seis. A Carla Sousa (filha de Jorge de Sousa) continua na formação, mas como estuda fora (em Inglaterra) haverá alturas em que não poderá estar cá.
Os resistentes são: eu, Ana Sousa, Carla Sousa e Duarte Romano (curiosamente o elemento que tinha entrado há menos tempo na formação). Os novos elementos são: José Luís (guitarra, viola de arame, rajão, braguinha, percussão e voz), Filipe Varela, licenciado em música e professor do Conservatório — Escola das Artes da Madeira e nosso director artístico (arranjos e percussão), Susana Abrantes (baixo e voz), Filipa Calisto (braguinha, rajão, viola de arama, guitarra e voz), Marta Nunes (flauta de bisel, flauta transversal, percusão e voz) e Ricardo Félix (acordeão, percussão, voz e instrumentos de acorda).

Olhar— Alguma razão especial para a integração destes novos músicos no grupo?
Jorge de Sousa — Como já disse, não é invulgar esta alteração. Com a saída de elementos, tínhamos de fazer esta substituição.

Olhar — Houve desistências?
Jorge de Sousa — Exactamente. Este grupo já teve 30 elementos. Uns emigraram, outros saíram por motivos profissionais, outros porque não lhes interessava continuar neste projecto… Daí termos que fazer substituições.

Olhar — Como vê esta nova formação?
Jorge de Sousa— Há uma grande renovação, principalmente a nível instrumental. Temos instrumentos novos tais como o primeiro e único braguinho, de cordas duplas e nailon, construído na Região. Temos ainda a viola madeirense, lançada pelo músico Vítor Sardinha, muito elaborada e com cordas de nailon, e os rajões, também com nailon. Não estamos a fazer nada de novo, mas acho importante este novo timbre. Não vamos sair da área tradicional, ou seja, vamos continuar a recolher e fazer arranjos das músicas já existentes. Temos arranjos feitos por Vítor Sardinha, Filipe Varela, Filipa e a Carla Sousa.

Olhar — Para além de músico, é também o presidente da direcção da Associação Cultural Encontros da Eira (ACEE). Do grupo, esteve afastado durante um certo tempo, tendo ja regressado aos palcos. A que se deveu o afastamento?
Jorge de Sousa — Não participei em dois ou três espectáculos, por razões intrínsecas, mas voltei, porque, entretanto, saíram alguns elementos. Só voltaria se realmente alguns daqueles elementos saíssem. Estava contra os meus princípios algumas tomadas de posição.

Olhar — Sentiu que era uma presença fundamental no grupo? Foi o público que reclamou o seu regresso?
Jorge de Sousa — Houve algumas pessoas que disseram que o projecto tinha muito que ver com a minha pessoa. É verdade, porque eu estou nesta formação desde os seus primórdios.

Olhar — A recolha, preservação e divulgação da música tradicional madeirense é a vossa principal preocupação. Esse é um trabalho inacabado?
Jorge de Sousa —Vamos continuar com os trabalhos de recolha, preservação e divulgação das tradições da nossa terra. Este projecto deverá aguentar muitos anos, mas chegará uma altura em que não haverá muito mais para recolher. Nessa altura, será preciso reinventar música tradicional. Criar uma linha tradicional já está na cabeça de alguns dos nossos músicos.

Olhar — Já editaram vários CDs. Esperava que os discos tivessem tanto sucesso?
Jorge de Sousa — Este ano, já ultrapássamos os 3.100 CDs vendidos. Está comprovado, a nível nacional, que não existe nenhum grupo nesta área musical que venda tantos discos como os Encontros da Eira, com excepção dos Gaiteiros que vendem 800 por ano.

Olhar — As verbas arrecadadas com a venda dos discos é suficiente para manter a formação no activo?
Jorge de Sousa — Realmente, uma das grandes fontes de subsistência da associação provém da venda dos CDs (ao todo, mais de 20 mil discos vendidos). Outra fonte de rendimento provém das actuações, mas uma grande parte desse dinheiro é distribuído pelos elementos do grupo, ficando apenas uma pequena percentagem para a associação. Também temos arrecadado algum dinheiro com alguns projectos desenvolvidos, em parceria, com associações. Realizámos, por exemplo, um trabalho com a Fundação da Juventude, que nos deixou uma verba razoável. Também há dois anos atrás, tivemos um protocolo com a Câmara Municipal de Santa Cruz que, infelizmente, este ano não aconteceu. Ainda hoje, não sei o porquê. Julgamos que voltaremos a tê-lo no próximo ano. Esta associação merece, porque, para além do grupo, promove formação. Nós temos miúdos e miúdas a aprender rajão, braguinha e viola de arame. Quem suporta os custos é a associação e os pais das crianças. Temos uma turma no Funchal e outra na Camacha. Acho que isto merecia apoios tanto da Câmara do Funchal como da de Santa Cruz.
De salientar que nós já tivemos o apoio da DRAC (Direcção Regional dos Assuntos Culturais) e também da Direcão Regional de Educação. Temos o professor Vítor Sardinha destacado a tempo inteiro para a associação. Ter um professor deste calibre na nossa associação é uma mais-valia. Portanto, não é só dinheiro que é apoio.

Olhar — Em simultâneo com o CD – “Aquintrodia”, a Associação lançou um livro sobre o seu historial. Quando podemos esperar uma próxima edição?
Jorge de Sousa — O livro está, neste momento, esgotado. Vamos ver se no décimo quinto aniversário da ACEE, daqui a cinco anos, fazemos uma actualização do livro. A ideia é pegar no conteúdo da obra e fazer uma actualização, nomeadamente com a inclusão dos novos elementos do grupo.

Olhar — Há outros projectos…
Jorge de Sousa — Estamos a preparar um CD, que provavelmente será lançado em 2008, com temas completamente novos, que nenhum outro grupo da Região alguma vez editou. Vamos ter 20 músicas para escolher apenas 12. Também em 2008, e simultaneamente com o CD, vamos lançar um DVD, o qual já está a ser gravado.

Olhar — Que recepção tem tido os Encontros da Eira no exterior?
Jorge de Sousa — Já actuámos em França, Inglaterra, Venezuela, continente e Açores. Recordo-me, de uma vez, em que tocámos no Algarve, para um público, na sua maioria estrangeiro, com o qual sentimos uma grande aceitação. Infelizmente, a música tradicional da Madeira está pouco divulgada até mesmo no nosso próprio país. Conhecem o bailinho do Max e pouco mais. Quando aparece um grupo como o nosso, dizem: «afinal na Madeira também existe isto». Sabemos que o que fazemos não é música comercial, mas costumo dizer que se trata de um tipo de música que não está na moda, mas que também nunca passa de moda.

In: Jornal da Madeira

Actualizado em Segunda, 15 Março 2010 22:23
 
 
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